"Vou andando como sou e vou sendo como posso..."

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Responsabilidade Social


Como uma das metas para o ano de 2009, tracei a necessidade de fazer uma MBA em gestão de negócios. Mudança brusca para alguém que se formou em Interpretação Teatral? Nem tanto...


Fui parar no teatro por causa da musica (achei que podia ser cantora!), queria saber pisar num palco e ser senhora dele (minha referência era Maria Bethânia, o que mais eu podia querer?), mas desde sempre fiz produção. Shows, gravações publicitárias, espetáculos, seminários, eventos, campanhas, etc. Aquilo pra mim fazia parte do meu ritmo, mas meu desejo mesmo era cantar! Então fiz o Curso Livre de Teatro da UFBA!!! Me vi no espelho ou melhor numa radiografia. Era corpo, voz, historia do teatro, Nelson Rodrigues, a convivência diária com um grupo tão heterogêneo, uma miscelânea de professores... Enfim, um grande aprendizado. Provei, gostei e quis ir além.

Entrei pra faculdade. Passei em primeiro lugar (isso eu tenho que contar) e fechei a redação (isso eu tenho que contar tb! rsrsrs). Mas a minha vida foi tomando outro rumo e a produção foi falando mais alto. Quando parei pra refletir o que era que me movia, descobri que era fazer as coisas acontecerem! Adoro os dias de montagens, as adequações, a conquista... O palco é uma delicia, mas tem uma dedicação vital diferente, que eu não estava disposta a encarar. E realmente curto vê-lo acontecer!

Mas voltando a Pós, fiz a entrevista para a UNIFACS e o tema da redação: responsabilidade social. Acho que o mundo acordou há pouco para esse paradigma tão presente, por exemplo, na linguagem religiosa milenar. Religiosa, sim! O cuidado, o respeito com o outro, com o meio ambiente, a solidariedade, o suporte educacional, cultural, econômico... Ah, como é que isso não é religião? Ouvi falar dessa tal responsabilidade de outras formas e ela não usava terno e sapatos italianos, mas sandálias de couro e roupas simples.

A falta de responsabilidade praticada pelas indústrias já atinge há muito cidades “insignificantes”. Só que esses lugares são povoados por pessoas. Por principio, essas pessoas não podem ser insignificantes. Cada um tem sua historia de amor, de família, de saudade, de estudo, de medo, de doença, de tudo, de ser. E embora tentem calar sua voz, seus gritos tem ecos...

Não acredito na responsabilidade social demagógica de grandes empresas extrativistas, por exemplo, que para aparecerem com cara de boazinha, responsáveis, fazem uma creche para 43 crianças e acham que estão fazendo um grande papel. Ora, aquela creche não representa nem 0,001% das riquezas extraídas do nosso solo. E ainda vem gente dizer que estão fazendo a parte deles! Tenha paciência! Se ensinamos às crianças que coloquem as coisas no lugar, por que deixamos os adultos à deriva?

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